20 de fevereiro de 2011

Vero

Aquilo que condenas
Não condenas.

Tu és o paradoxo
De ti próprio,
A luta da tua luta,
A compreensão do incompreensível.
Dizes o que não pensas.
E não pensas o que pensas.

Amas como dizes não amar...
Sentes como dizes não sentir...

Não és poeta mas és fingidor.
Só não sabes que és ambas
As coisas
E que em ti nascem e morrem
Infinitos;
que em ti se consagram
Mundos e vontades,

Que és nascente de rio
E foz ao mesmo tempo
Só não sabes que sabes

(ou saberás que sabes?)



João Mattos e Silva

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