22 de novembro de 2009

Happy Birthday !

21/11 foi meu aniversário .... Agora sou uma Balsaquiana .... Será que vou entrar na crise do 30 ??? Acho que estava em crise antes de vivencia - la ...
Então agora to bem light em relação a isso ... "Deixo a vida me levar " ...


Muitos já ouviram ou usaram o termo "balzaquiana" para designar um certo tipo de mulher.
Mas nem tantos, realmente, chegaram a ler Ä Mulher de Trinta Anos", de Honoré de Balzac.
O escritor francês viveu na primeira metade do século XIX (1799-1850).
Mais do que um simples romance, é também uma aula de história, onde desfilam os acontecimentos de uma França pós revolucionária, durante o governo de Napoleão Bonaparte.

O livro trata a fundo da questão do destino da mulher na sociedade e, em particular, dentro do casamento. "A Mulher de Trinta anos" contém estudos de psicologia feminina de extrema agudeza.
Sua personagem principal, Júlia d`Àiglemont, é o primeiro grande retrato da mulher mal casada, consciente da razão de seus sofrimentos e revoltada contra a instituição imperfeita do matrimônio.

Constitui uma etapa na história da emancipação feminina. Revela-nos os sofrimentos da mulher incompreendida que não encontrou no casamento a realização de seus sonhos.
Balzac é um dos primeiros a focalizar o drama da incompatibilidade de casais.
Prestou um serviço imenso às mulheres, ao duplicar para elas a idade do amor. Antes dele, todas as namoradas de romance tinha vinte anos. Ele prolongou até os trinta, quarenta anos, sua vida ativa, idade que considerava o ápice da vida amorosa da mulher.

"Um casamento infeliz, e uma filha. A situação de Júlia parece trágica. A descrença no amor toma conta da personagem. O marido, distante espiritualmente, mantendo relações de adultério, não mais lhe pertencia. Todos os seus sofrimentos e sacrifícios para manter a falsa união passam a ser justificados em nome da felicidade de Helena, sua filha, único bem que a prendia à vida.

A tristeza de Júlia seduz um jovem inglês. Artur, que promete o amor perfeito que seu verdadeiro marido nunca lhe proporcionara. Ambos passam a viver um amor irrealizável, o dever do casamento proíbe Júlia de concretizá-lo. "Não quero ser uma prostituta nem a meus olhos nem aos olhos do mundo. Se não pertenço mais ao Sr. d'Aiglemont, também não pertencerei a nenhum outro". As barreiras morais da época condenam-na a infelicidade eterna.

Por insistência de Artur o "affair"continua. Podemos ver, no livro, a tradicional cena em que o amante, surpreendido pelo retorno do marido, esconde-se no armário. Mas, aqui o desfecho é trágico, chegando a ser cômico, pois para salvar a honra da amante, Artur, depois de Ter os dedos esmagados pela porta do quarto de vestir, corre para o peitoril da janela e, morre congelado pelo frio da noite parisiense.

O segundo amor de sua vida termina, as trevas invadem seu coração. Júlia, agora com 26 anos, não encontra alegria nem mais em sua filha.

Ela explica sua angústia: "O casamento, a instituição sobre a qual se apoia hoje a sociedade, só a nós faz sentir todo o seu peso: para o homem a liberdade; para a mulher os deveres. Devemos consagrar aos homens toda a nossa vida, eles nos consagram apenas raros instantes... o casamento, tal como hoje se pratica, parece-me ser uma prostituição legal. Daí nascerem os meus sofrimentos. Mas, entre tantas criaturas infelizes... só eu sou a autora do mal, porque quis o meu casamento."

Ao, finalmente, chegar aos trinta anos Júlia conhece o Sr. Carlos Vandenesse, que nos introduzirá às idéias do que viria a ser considerada uma mulher experiente, uma mulher balzaquiana: "Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis para um rapaz... Com efeito, uma jovem tem ilusões, muita inexperiência, e o sexo é bastante cúmplice do amor... ao passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios que tem a fazer. Lá onde uma é arrastada pela curiosidade, por seduções estranhas à do amor, a outra obedece a um sentimento consciente. Uma cede, a outra escolhe... dando-se, a mulher experiente parece dar mais do que ela mesma, ao passo que a jovem, ignorante e crédula, nada sabendo, nada pode compara nem apreciar... Uma nos instrui, nos aconselha... a outra quer tudo aprender... Para uma jovem seja amante, precisa ser muito corrompida, e então é abandonada com horror, enquanto uma mulher possui mil modos de conservar a um tempo seu poder e sua dignidade... A jovem... acredita Ter dito tudo despindo o vestido; mas uma mulher... se esconde sob mil véus... afaga todas as vaidades... Chegando a essa idade, a mulher sabe consolar em mil ocasiões em que a jovem só sabe gemer. Enfim, além de todas as vantagens de sua posição, a mulher de trinta anos pode se fazer jovem, desempenhar todos os papéis, ser púdica e até embelezar-se com a desgraça".

A paixão passa a freqüentar o coração dos dois, que se tornam amantes, sob o nariz do omisso d'Aiglemont. Júlia tem mais filhos. A trama familiar continua. Mas o fundamental é que estão lançados os fundamentos das idéias de um relacionamento moderno, que respeita o direito da mulher de ser feliz, antes mesmo da mudança nos valores impostos pela coletividade.

Agora a mulher está livre para amar a quem realmente demonstre merecedor de seu amor, está livre do estigma do peso da idade e, tudo isso se deve em parte a um nome, Honoré de Balzac. Escrito no início do Século XIX, "A Mulher de Trinta Anos" aborda tema que continuam atuais até os dias de hoje, sentimentos que não se apagam com o tempo, presentes em todas as sociedades humanas, em todos os tempos, que garantem a universalidade de sua obra. Um grande clássico da literatura. Indispensável a todos os que querem se aprofundar na compreensão do "ser mulher"!



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